"VOCÊ NÃO SABE QUANTO EU CAMINHEI PRA CHEGAR ATÉ AQUI..."

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Recado para Daniel.






Daniel, hoje conversei muito com você. Aliás, tenho conversado todos os dias. Sei que não entende direito todo chororô que faço na sua  pequena orelhinha pedindo para que seja um bom menino, que não fique chorando sem motivos, que obedeça a sua avó ou quem estiver tomando conta de você, e o principal: que tenha certeza que eu vou estar ao seu lado sempre.

Quando você puder ler ou alguém puder ler pra você tudo isso, talvez você já consiga entender o que tenha acontecido.

Mamãe tem um dodói no peito...no mama que você tanto aperta...mas esse mama vai embora, mamãe vai ter que tirar porque ele não serve mais. E isso significa que vou ter que ficar no hospital por uns dias pra logo voltar pra casa...

Talvez a mamãe chegue cansada ou um pouco fraca e tenha que dormir por algumas horas do dia...talvez não...talvez eu fique acordada o tempo todo, mas não vou poder pegar você no colo. Espero que você me ajude, porque pra mim também não vai ser fácil não poder fazer você dormir, te segurar, abraçar forte...

Bem, logo vou estar aqui novamente e é só isso que queria dizer.

Você é parte de mim, diria que 99%, então vai se comportar direitinho.

Fique com Deus, com Nossa Senhora e todos os anjinhos!


Mamãe.


domingo, 18 de agosto de 2013

O Hoje!



Meu filho o dia hoje está chuvoso e frio. Você acabou de ir com o seu pai e a mamãe ficou em casa sozinha ( vovó foi para a roça )...sozinha não, com Deus!

Sei que você é pequeno e não entende as coisas ainda, mas sei que sente tudo e que inclusive fica triste ou feliz junto comigo. Você tem uma sensibilidade incrível. É um verdadeiro amigão.

Tem acontecido tantas coisas de um tempo pra cá e eu ainda não me senti a vontade para falar sobre essas coisas, mas o certo é que toda vez que olho pra você e que vejo o tanto que necessita de mim, as coisas meio que se normalizam.

Sei que não sou insubstituível e que tem muitas pessoas que olham e se preocupam com você, mas igual a mamãe não vai existir não.

E é por isso que vim aqui prometer que nunca, nunca, nunca vou desistir da vida e de mim mesma, porque estaria desistindo de você.

Engraçado, mas o motivo de maior preocupação é o mesmo que me dá forças diante de tudo. Um dia você vai entender o que estou dizendo.

Quero ver você crescendo, falando mais ainda, correndo, indo a escola, nas comemorações do dia das mães, escrevendo, lendo, contando histórias, brincando, sorrindo, namorando, estudando mais ainda, escolhendo uma profissão, trabalhando, casando, tendo filhos e me dando netos...

Quero ver o meu reflexo em você no que diz respeito a ser um bom homem...homem de caráter. Além de ter a certeza que vai ser um homem bondoso, generoso e que ama ao próximo.

Amanhã, dia 19 de agosto de 2013 muita coisa vai mudar, mas não quero falar do amanhã, quero falar do hoje.


Hoje eu te amo mais do que ontem e amanhã vou te amar ainda muito mais.

Obrigada por existir, obrigada por me resgatar, obrigada por dar um verdadeiro sentido a minha vida.

Vou imprimir tudo que escrevo aqui e transformar em um livrinho pra você ler um dia.

Volte logo, já estou com saudades.




Te amo.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Meu passado não me condena...leia, leia, leia :)

Em tempos de manifestações sociais, luta pela igualdade e valorização às diferenças, cá estou eu.

Vou classificar esse post como uma Catarse, uma verdadeira libertação psíquica. A gente fala, fala , fala, aí fica melhor. Se liberta um pouco do fantasma.

Sofri muito na pele a dor ser vista como diferente e muito ou quase tudo do meu comportamento foi moldado a partir desta situação.

Nunca quis ser modelo para nada e para ninguém, mas penso ser importante compartilhar sentimentos tão profundos e vivências tão fortes.

Nasci uma bebezinha linda e fofinha, exatamente 3,950k.  A minha mãe me contava que não deixava ninguém me segurar no colo com medo de que me roubassem de tão linda que era...conta também ( não confirmo a informação rsrsrsr ) que um olheiro da Johnson em passagem pelo Estado, ofereceu passagem e estadia para que fizesse um teste em SP, mas ela recusou ( ai que odioooooooooooooooooooooo, poderia ser hoje a Gisele bundchen ) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...



Mas essa bebê fofinha vivia de gelatinas de uva, biscoitos recheados,refrigerantes, bolos, coxinhas e muitas , muitas guloseimas. A minha mãe sempre foi humilde e de família muito pobre, sua alegria era nos ver comendo e muito bem. Por muito tempo dentro da minha ignorância a culpei por tamanho excesso e suas consequências.

A fofinha virou fofona. Fui engordando, engordando e com 10 anos de idade tinha quase 70 kilos. Lembro da minha primeira ida ao endocrinologista. Saí de lá sem entender muito bem o que eu deveria fazer, e lembro também dos muitos moderadores de apetite que precisei tomar. Me sentia péssima, com dores de cabeça, estômago, tremia e ficava extremamente pra baixo.

Escondia comida debaixo da cama, no armário e as formigas ou baratas sempre me deduravam. Diante de tudo isso tive meu primeiro opressor dentro da própria casa: meu irmão mais velho, que junto a um primo da idade dele azucrinavam a minha pobre vida de criança gordinha. Eu era baleia, pou banha ( esse meu primo que me deu ), rolha de poço, orça e muitos outros. A minha vida era um verdadeiro inferno de dante. Eu queria sumir para bem longe, mas meu peso não me dava ânimo nem para andar de bicicleta que eu gostava tanto.

Na escola era um tormento. Era excluída e para poder sentar com as “amiguinhas” no recreio, precisava dar todo o meu lanche, mas também tinha q ficar sentada com elas, mas calada sem falar nada. Era só uma encenação. Pra melhorar eu havia me tornado uma menina estranha, porque tinha cabelo curtos, um diastema que deixava meu dentes da frente levemente separados e nada de roupa me caia bem.



Me recordo de ter sido perseguida pela minha segunda algoz com nome de Karla na quarta série. Pronto, cansei. Caímos na porrada e naquele dia eu decidi dentro de mim que se preciso usaria a força física. Comecei a ser falsamente respeitada, mas ainda debochavam e muito de mim.

Quando fui para uma escola de maior porte, o terror era o uniforme ( eu sempre tinha que mandar fabricar uma numeração especial ). Sem contar a educação física e os dias de teste ergométrico, onde precisava pesar. Todos esperavam em grupo a minha vez, e eu chorava ,chorava, chorava. O esporte nunca fez parte da minha vida , porque nunca fui motivada. 

Mas também, quem iria motivar uma gordinha preguiçosa e apática como eu era?

Me recordo de uma vez na escola ter corrido para não enfrentar a fila na cantina na hora do recreio. O pátio estava molhado e eu simplesmente me estabaquei. A escola que tinha um outro andar propiciou um espetáculo de horror. Eu caída como se estivesse em uma arena e todos, todos rindo de mim. Fiquei deitada no chão de cabeça baixa, embora os coordenadores tentassem me levantar, eu fazia força para baixo. Só me levantei quando todos estavam em suas salas. Neste dia fui direto para casa.

Muitas dietas chegaram, perdi peso, ganhei novamente, tentava ginástica, balé, uma tentativa de handebol, caminhar, bicicleta, mas no final tudo voltava.

Fui a adolescente melhor amiga da rapaziada. Os meninos não me olhavam, e os que olhavam tinham vergonha de assumir que gostavam de mim.



Neste meio tempo tive períodos com menos peso onde não era tão descriminada. Fiz amigos, tinha uma turma boa e agora sim, era respeitada. Mas entendi que o respeito ainda era medo, não o medo de apanhar da gorda, mas porque havia me tornado uma pessoa agressiva, com respostas prontas, arrogante e meus amigos achavam isso o máximo. A forma como também humilhava os outros, da mesma forma como sempre me humilharam.



Meus namoradinhos vieram tardiamente e eu sofria as paixonites não correspondidas. Horas e horas no quarto ouvindo música de corno , comendo, chorando e me lamentando não ter forças para mudar tudo isso.

Uma vez um deles me disse: sou muito para você, gorda. Precisa emagrecer. Essa frase martelou na minha cabeça por muito tempo. PS ( esse mesmo cara anos depois quis me namorar, mas aí dei o troco kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk )

Eu saía, me divertia, mas me sentia mal.

Nada ficava bem, não conseguia entrar em uma loja e comprar roupas como na cea, Mesbla ( na época ), Sabina...nada dava em mim. Tinha uma costureira particular que fazia de tudo para me agradar, mas nada, nada ficava bem.

Nesta água os vexames e humilhações aconteciam de forma constante.

As vezes que entalei na roleta, as vezes que não cabia na cadeira do ônibus, as vezes que fui alvo das piadas, dos risos de ironia...

Me recordo uma vez de ter ficado entalada em uma porta giratória em uma loja muito chique. Fui trocar uma calça da fórum que era uma novidade quente na época. A calça havia sido dada pelo meu irmão e não coube em mim, é claro.

Meu irmão foi crescendo e as perseguições diminuíram, acho mesmo que com o tempo ele sentia mais pena e vergonha de mim do que qualquer outra coisa.

Meu primeiro namoradinho era o mais feio de uma turminha fajuta que se dizia punk. 

Turminha a qual meu irmão pertencia. Ele tinha um olho de vidro, uma cicatriz no rosto e era muito, muito estúpido. Assim como eu também era.

Mas a verdade é que ele gostava de mim e eu que comecei a namorar para tentar me incluir no esquema, acabei gostando dele também. Mas não deu certo e depois dele mais alguns apareceram. Nem preciso dizer que eram homens complicados, acomodados, de situação econômica inferior a minha...enfim, esse dedo podre eu ainda carrego de alguma forma.

Eu precisava dominar os relacionamentos e ao mesmo tempo não podia me dar ao luxo de escolher.

Mas uma coisa é certa, eu fui amada por todos os homens com o qual me relacionei. Isso não posso deixar de falar.

Depois dos 18 anos a coisa desandou de vez. Entrei em um estado depressivo profundo que não conseguia perceber. Comia, comia, comia e finalmente chequei aos 141 kilos.



Eu era de mal comigo e com o mundo. Tudo era motivo para briga, mágoa e desentendimento, inclusive familiar.

Nesta época saí por um período curto da minha casa por causa de uma briga com meu irmão.

Comecei a fumar e comer mais ainda.

Hoje consigo analisar as situações e traçar paralelos, mas na época era muito difícil.

Consegui as duras penas entrar em uma faculdade particular em um curso que não era o meu sonho inicial, mas persisti porque queria dar  orgulho ao meu pai de ver  a sua única filha formada em um curso superior.

Eu não tinha animo e disposição para batalhar pelos meus sonhos, porque isso exigia de mim movimento físico, tudo que não tinha naquele momento. Eu tinha o cérebro, mas me faltava o corpo.

Sempre fui vista como uma pessoa inteligente, com o dom da fala e da escrita, mas não conseguia reverter isso a meu favor.

Fiquei em SPA, fiz plástica ainda gorda para diminuir barriga e seio , mas tentativas frustradas.

Nesta época há mais ou menos uns 12 anos atrás começava a ouvir falar da redução de estômago. Mas não é nesta cirurgia que quero focar o post.

Acabei conhecendo uma pessoa, me casei, tentei engravidar e não conseguia. A vida continuava um tormento.

As portas de emprego eram fechadas pela falta de experiência e principalmente pelo meu peso. Já cheguei a ouvir que eu não teria disposição para subir as escadas de uma escola. Sim, me formei em Pedagogia.

Isso me fez lembrar das fotos do convite da formatura. Da beca enorme e da pose que tínhamos que cruzar as pernas e eu simplesmente não conseguia. Uma amiga chamada katia Carretta vai lembrar deste episódio ( eu acho ).

Meu intelecto fervilhava, eu era inteligente,queria o mundo, mas o mundo não vinha.

Decidi fazer essa bendita desta cirurgia, ainda estava casada. Devo também ressaltar que meu ex marido me conheceu enorme de gorda e ele me amou daquele jeito.

Não tive apoio de quase ninguém. Fui com o meu pai para o hospital. E ele chorou junto comigo quando entrei no centro cirúrgico, mas eu ainda consegui brincar que eu morreria feliz.

Sim, eu quase morri umas 3 semanas depois. Tive uma estenose e a passagem do esôfago simplesmente fechou. Fiz dilatações com balão, lamina e eu sentia tudo, toda a dor. Inclusive a dor de ouvir que eu precisaria reverter a cirurgia.

Não conseguia comer, beber...e muito menos andar. Estava fraca , muito anêmica.

Até que mais uma vez o milagre se fez. E um dia antes da provável reversão da cirurgia, eu consegui me alimentar. 

Formatura festa


Daí pra frente a vida seguiu.

Tive problemas de aceitação comigo mesma. O espelho retorcido.

Não conseguia enxergar a Andreia emagrecendo. Sofria muito. Desenvolvi uma compulsão alimentar forte .





Decidi não procurar ajuda médica, o que me custou caro em todos os aspectos até hoje.

Poderia ficar aqui falando horas e horas e horas de tudo que depois me aconteceu. Mas 
prefiro me ater a tudo que fez com que eu desacreditasse de mim.

Tentei tirar a minha vida uma vez tomando remédios. Não entendia como eu não poderia ser feliz do jeito que eu era. Por isso que digo que a satisfação deve estar dentro da gente.

É legal entrar em um jeans 44, comprar roupas, cruzar as pernas, sentar em uma cadeira de plástico sem ela abrir ( esse foi o momento mais emocionante depois q emagreci ), mas conheço pessoas que estão acima do peso, mas são felizes, se curtem , se gostam, mas sofrem uma pressão desgraçada desta sociedade podre que vivemos.

Claro que não faço apologia a gordura por questões de saúde mesmo. As comorbidades que vêm com a obesidade são muito sérias e graves, mas também não faço campanha para redução de estomago, porque as complicações também são sérias e eternas.

Geralmente as pessoas não se preparam para lidar com essa cirurgia e se sentem muito fracassadas depois. É claro que tem o período da euforia onde tudo é lindo, mas muitas pessoas tentam associar suas questões existenciais com o excesso de peso, e depois percebem que emagreceram mas continuam infelizes.

Devo dizer que continuo sedentária e ainda com cabeça de obesa, mas muitos valores mudaram. Hoje consigo ver a vida com mais simplicidade e não culpar o mundo pelos meus problemas. E também quero andar de bicicleta novamente rsrsrsr

Consigo também perdoar todas as pessoas que me fizeram tão mal as vezes sem ao menos ter a noção do quanto.

Não preciso mais humilhar, responder, maltratar, a vida já fez muito isso comigo.

Mas o que realmente ficou mais latente dentro de mim é o respeito por tudo que não é tido como normal. Não admito , não aceito e não tolero gente preconceituosa.

Fui obesa mórbida, casei com um negro, tenho dependente químico na família, homossexuais e definitivamente o diferente faz parte de mim e da minha história de vida.

Amo o meu passado, meus tormentos, porque de certa forma eles me fizeram uma pessoa um pouco melhor ou menos pior rsrsrsrsr

A vida bate, a vida ensina, isso é verdade.

Mas a grande questão é : SEJA FELIZ CONSIGO MESMO. É difícil ser feliz sendo julgado a todo tempo, mas o preço disso é a satisfação de fazer uma escolha e arcar com tudo que vem junto.

Ah sim, eu perdi quase 70 kilos, mas engordei um bocado novamente, depois emagreci...enfim...






Hoje sou uma mulher de 38 anos, mãe,fofinha linda e com um filho mais fofinho e lindo ainda.

Se você foi marcado neste post é porque foi testemunha direta ou indireta deste processo de crescimento, ou porque achei que deveria ler. Obrigada.

Muito prazer, Andreia !



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ser mãe dói!




Já venho pensando nisso há um tempo.

É como se fossemos um naufrago em uma ilha. Não sei se irão conseguir me entender, mas é um processo solitário por mais que você esteja cercada de gente e ajuda por todos os lados, e pobres daquelas que não têm ajuda. Essas eu admiro e tenho profundo respeito.

Sempre disse e volto a dizer, a maternidade não é romântica como as propagandas de TV insistem em mostrar. Nenhuma relação com o amor que sentimos pelos filhos que é e sempre será incondicional.

Poderia ficar aqui exemplificando as dificuldades, e é isso que vou fazer.



Se você se programa para sair seja pra onde for lá vai a arrumação da bolsa: pega 
fralda, muda de roupa extra, creme de assadura, lenço umedecido, pano de boca, fralda de pano, uma roupa de frio ( sim, ainda que esteja um calor de 40º ), brinquedinho, chupeta, remédio...biscoitinho, suquinho, frutinha, papinha, água...Nessa altura do campeonato você pensa: e eu? Ah...você? Põe o que tiver aí e faz um rabo de cavalo, põe uma rasteirinha e já deu. Vamos embora...

Arruma menino na cadeirinha, olha se é o lado que vai bater sol, deixa um brinquedo a postos...Se der sorte vai estar com sol fraco ou sem sol, mas também se estiver com chuva, lascou! Pega sombrinha, estaciona o carro perto de onde vai, segura bolsa, bolsa cai, segura menino que chora, faz pirraça, quer a chave do carro...minha nossa senhora.

Chegando ao local você pensa: agora vou relaxar..relaxar? que nada...corre atrás de menino, menino se joga no chão, mexe daqui, mexe dali, você transpira gelado,menino faz coco e não tem lugar direito pra trocar, arruma um lugar, menino faz pirraça mete a mão no coco, você se suja de coco...JE SUS A MA DO.

E aí aquilo que seria um dia agradável de passeio se torna um dia estressante. Seus amigos, conhecidos, sentados almoçando, jantando, tomando uma cerveja,comendo uma pizza,um petisco, relaxando, conversando...e você..ah você? Correndo atrás do menino.

Se tiver sorte vai ter um companheiro que te ajude, ou não vai ter ninguém, ou uma amiga bacana que tope essa jornada ou um traste que não faça nada ( aposto que você acabou de pensar no seu marido agora rsrsrsrsr ).

Poderia citar mais mil lugares que causam um estress sem tamanho, mas não posso esquecer de falar da praia. Moro em uma cidade litorânea ...ah que delicia...passar o dia na praia..Oi? dia na praia? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk faz-me rir..

Menino não pode ficar o dia todo na praia. Você tem que acordar cedo, muito, muito cedo para voltar também muito, muito cedo ( atenção: isso se aplica a mães que tem um certo grau de responsabilidade e não acham certo tacar o menino debaixo do guarda sol no sol de meio dia achando que ele está protegido. Lembrando que cada um sabe de si e da criação do próprio rebento).

Mas voltando...praia? pra que praia? Você não consegue ficar sentada 5 minutos, o menino come areia o tempo todo, enfia areia no olho...ai ai..deixa isso pra lá.

Tirando tudo isso tem a pressão psicológica que a gente sofre e tem total consciência dela que é a INSUBSTITUIÇÃO. As mães são insubstituíveis. A dependência física e emocional dos filhos é algo as vezes perturbador. Você ter a certeza que ninguém irá cuidar dele como você cuida e mais, saber que ele precisa de você como não precisa de outra pessoa.

A gente acaba vivendo um período de ostracismo forçado. Dizia para uma amiga a Nat dia desses, que mulheres com filhos pequenos deveriam ficar presas em uma caverna por pelo menos uns 5 anos rsrsrsrsr

Não, não é exagero. Admiro as mulheres que conseguem ir a eventos sociais, se divertirem ,relaxarem com uma criança pequena. Não, eu não consigo. Tudo bem , meu filho tem apenas 1 ano e 2 meses, mas creio que pelo andar da carruagem isso ainda se perdura por mais um tempo.

A gente se afasta dos amigos, os amigos que nunca foram amigos de verdade também se afastam, mas eu de verdade não fico mais chateada com isso. Não sei se trocaria uma praia tranquila, um pagodinho, um barzinho, um show para estar com uma mãe com um filho que vai dar trabalho , pq tem muita saúde e disposição graças a Deus.

Dia desses conversava com minha comadre número 1 a katia que tem a Victória com 9 anos e é minha afilhada, sobre como fui uma péssima amiga no período que a Vi era pequenininha. Meu Deus como eu fui insensível, cruel e desumana. Por muitas vezes poderia te ajudado no sentido de estar com ela, passear, ajudar a cuidar nas saídas pra ela relaxar um pouco e nunca o fiz. Sabe o que ela fez quando eu pedi perdão? Ela riu! 

Porque ela sabia que eu teria que vivenciar isso um dia para entender o que ela passou, mas não como vingança, mas como entendimento mesmo. Hoje essa amiga é a que está ao meu lado nos passeios de índio, me ajudando em tudo.

A vida é assim mesmo, muitas coisas a gente só aprende quando passa por elas, e as vezes nem assim aprende. Talvez por isso nem toda mulher possa gerar um filho e ser mãe.

Deixei de ser ressentida com isso. Ser mãe foi uma escolha única e exclusiva minha. Também não sinto mais pena de mim. Sei que um dia essa fase mais difícil vai ficar mais contornável e vou voltar devagar a viver socialmente. Não tenho pressa.

Deus me deu a dadiva da maternidade tão desejada por muitas que infelizmente não o conseguem e não podem, então preciso entender de vez que existe uma troca as vezes não muito justa rsrsrsr para compensar tamanha alegria.

Sim, alegria! Porque quando eu olho o Daniel me acordando com um beijo babado na boca e em seguida uma testada, ou quando me faz carinho enquanto dou sua mamadeira para dormir, aí sim eu entendo o porque de tantas dificuldades. 



NADA, NADA, NADA,NADA ABSOLUTAMENTE NADA PAGA O QUE SINTO NESTES MOMENTOS. E não é conversa de mãe que tenta justificar o isolamento social  com o amor que recebe do filho. É verdade, você que é mãe sabe e você que um dia será também vai saber.


Um beijo a todas :)

domingo, 27 de janeiro de 2013

Perdão.




Meu filho hoje preciso falar com você mesmo sabendo que ainda não entende. É que quero pedir perdão pela forma como tenho me portado.

Não são esses os valores que quero que receba da sua mãe, mas também preciso que 
saiba que nem sempre a gente consegue viver de acordo com o que achamos ser o melhor. As vezes somos tomados por sentimentos que fazem com que a gente esqueça tudo que aprendeu e faça coisas que não são muito legais.

Poderia ficar aqui justificando tudo que tenho feito, mas o certo sempre vai ser certo e errado sempre vai ser errado.

Mamãe voltou a fumar. E tem sido difícil pra mim admitir essa fraqueza, porque nunca, nunca senti vontade de parar, só o fiz porque descobri que estava grávida de você, então pela sua saúde eu parei.

Hoje não fumo perto de você e procuro de todas as formas não deixar vestígios que possa te alcançar. É difícil porque acaba não sendo tão prazeroso como sempre foi, mas eu digo que para a saúde mental da sua mãe essa foi a melhor coisa que fiz desde que você nasceu.

Talvez você não entenda, mas as válvulas de escape que estava usando para lidar com algumas coisas eram piores, vai por mim.

Não que essa droga seja a resposta , mesmo porque não gostaria que você fumasse nunca e até  porque o exemplo convence mais do que a fala, mas realmente eu precisava fazer o que fiz. Me sinto triste, porque você ainda é um bebê, mas a gente não sabe das coisas, não sabe do futuro...enfim.

Eu ainda não consigo falar do seu avô, mas o que posso dizer agora é que tudo parou. 

Existe um vazio e este vazio nunca mais será preenchido. Sinto falta do meu amigo. 

Sim, seu avô era meu amigo. Nós conversávamos sobre tudo, eramos íntimos, eramos confidentes. Eu falava com ele sobre meus medos, minhas dúvidas, meus planos.

Ele sempre olhou pra mim com amor e sempre me ouvia com atenção.

Sinto muita falta dele meu filho. Muita mesmo.



Lamento que não vá conhecer pessoalmente o homem maravilhoso que ele era, mas eu sempre enquanto puder falarei dele.

Tem sido graças a você o pouco de força que tenho arrancado de dentro de mim pra seguir.

Desculpe pela forma como as vezes falo alto com você, até mesmo gritando...pela falta de paciência e por as vezes não perceber que você tem apenas 1 ano e 2 meses.

Você está ficando um menino muito inteligente, mais ativo do que nunca e tem muita saúde. Agradeço a Deus por você ser assim.

Te amo.

Um dia você vai ler isso e vai entender muita coisa. Tomara a Deus que também um dia a gente consiga rir disso.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O amor já foi urgente dentro de mim...


Sabe quando você era adolescente e ficava ouvindo aquelas músicas de corno...de corno mesmo, aquelas que doíam o útero...lembra?

Aí você pensava naquela pessoa, pegava um caderno e escrevia o nome dela como se quisesse que ela se transportasse por telepatia...aí bobear dava uma choradinha, olhava alguma foto que tinha escondido, escreve uma carta...Oi? carta? Caderno? Música de corno?

Tudo bem , as músicas de corno ainda existem, mas  esqueça o resto.

É que esses dias tenho sentido vontade de passar por isso novamente, mas esquenta não, é coisa rápida, a vontade já passou kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...relacionamento é coisa pra ninja, mas ninja daqueles bons mesmo.

Tem coisa mais chata que você ver uma pessoa escovando o dente e cuspindo na pia? Que nojo...vai me desculpar...e quem faz coco com a porta aberta achando tudo suuuuuuuuuuuuper normal...ah, vai me desculpar novamente, mas tem que ter estomago de leão. Coisa chata...desconjuro.

Mas olha, eu acredito no amor rsrrsrsrsr...acredito nos relacionamentos, mas é só vontade de viver aquela fase romântica de ficar pensando e tal, mas honestamente que Daniel não seja minha desculpa, mas tenho um bom álibi  kkkkkkkkkkkkkkkk...Daniel não deixa não, quero não, posso não...

Mas então, dia desses agora que estou tendo que lidar com uma quantidade considerável de homens ( sim, esse é parte de uns 4 posts que deveria ter feito, mas não fiz porque me machucariam muito e eu quero deixar cicatrizar um pouco ), pois bem...esse contato só tem me mostrado o grau de imaturidade que a grande maioria se encontra. Homens casados querendo tirar pinta de garanhão, uns papos estranhos...ah me ajuda pelo amor de Deus!

A gente vai levando, o corpo ainda não pediu, deixa quieto.

No mais problemas existenciais. QUERO VOLTAR A FUMAR. Me chame de burra, afinal 1 ano e 10 meses sem. Mas não adianta, me conheço...não perdi a guerra pq nunca entrei nela, nunca quis parar, mas parei por amor a meu filho lindo. Enquanto isso vou mascando meus 3 envelopes de trident preto por dia e mastigando muito gelo. Sim, estou com anemia, devo estar.

O ano de 2013 chegou, safado que nem ele, deve ser parente de 2012, armaram um complô, mas não descanso não. Esse ano vai ser o nosso né, Van?

Falando em Van, estou deveras contente com a possibilidade ( ? ) de encontrar minhas parças de grupo, minhas manas de risada na madrugada, minhas Brothers de afinidade, minhas comadres. Estamos decidindo o roteiro, mas pobre que só já decidimos que vai ser um GROUPON kkkkkkkkkkkkkkkk...Deus ajude que a gente consiga.

Não tracei metas, nem planos, nada...além de querer voltar a fumar...sim é um retrocesso, mas que se lasque e nem venha me perturbar com isso.

A única coisa que quero é que meu filho continue saudável, feliz e inteligente. De quebra que a mãe dele também consiga pelo menos ser inteligente, porque pedi os 3 pra mim é muita coisa rsrsrsr...mas decidi que esse ano vai ser o ano de me livrar das  mágoas, e bem quando penso em fazer isso um bando de coisas me acontece...tem que ser de ferro mesmo. Deixa pra outra oportunidade.


Vou voltar...preciso voltar mais vezes.

Seguindo, sempre em frente...não temos tempo a perder...nosso suor sagrado, é bem mais belo que esse sangue amargo ...



domingo, 25 de novembro de 2012


How wonderful life is while you're in the world




Dia 22 de novembro de 2012

1 ano de vida!


Quando penso em você as músicas soam em partes separadas e diferentes em minha cabeça. 



Você é musica ,som, alegria, energia, amor.


Sem dúvida os 365  dias mais intensos, lindos, incertos, certos, que vivi em toda minha vida.



Deus abençoe a sua existência, porque a ele agradeço por todos os minutos e segundos.

E nós seremos sempre amigos e companheiros...lembra? e sempre terá a mim e eu a você;


Mamãe te ama.