"VOCÊ NÃO SABE QUANTO EU CAMINHEI PRA CHEGAR ATÉ AQUI..."

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ser mãe dói!




Já venho pensando nisso há um tempo.

É como se fossemos um naufrago em uma ilha. Não sei se irão conseguir me entender, mas é um processo solitário por mais que você esteja cercada de gente e ajuda por todos os lados, e pobres daquelas que não têm ajuda. Essas eu admiro e tenho profundo respeito.

Sempre disse e volto a dizer, a maternidade não é romântica como as propagandas de TV insistem em mostrar. Nenhuma relação com o amor que sentimos pelos filhos que é e sempre será incondicional.

Poderia ficar aqui exemplificando as dificuldades, e é isso que vou fazer.



Se você se programa para sair seja pra onde for lá vai a arrumação da bolsa: pega 
fralda, muda de roupa extra, creme de assadura, lenço umedecido, pano de boca, fralda de pano, uma roupa de frio ( sim, ainda que esteja um calor de 40º ), brinquedinho, chupeta, remédio...biscoitinho, suquinho, frutinha, papinha, água...Nessa altura do campeonato você pensa: e eu? Ah...você? Põe o que tiver aí e faz um rabo de cavalo, põe uma rasteirinha e já deu. Vamos embora...

Arruma menino na cadeirinha, olha se é o lado que vai bater sol, deixa um brinquedo a postos...Se der sorte vai estar com sol fraco ou sem sol, mas também se estiver com chuva, lascou! Pega sombrinha, estaciona o carro perto de onde vai, segura bolsa, bolsa cai, segura menino que chora, faz pirraça, quer a chave do carro...minha nossa senhora.

Chegando ao local você pensa: agora vou relaxar..relaxar? que nada...corre atrás de menino, menino se joga no chão, mexe daqui, mexe dali, você transpira gelado,menino faz coco e não tem lugar direito pra trocar, arruma um lugar, menino faz pirraça mete a mão no coco, você se suja de coco...JE SUS A MA DO.

E aí aquilo que seria um dia agradável de passeio se torna um dia estressante. Seus amigos, conhecidos, sentados almoçando, jantando, tomando uma cerveja,comendo uma pizza,um petisco, relaxando, conversando...e você..ah você? Correndo atrás do menino.

Se tiver sorte vai ter um companheiro que te ajude, ou não vai ter ninguém, ou uma amiga bacana que tope essa jornada ou um traste que não faça nada ( aposto que você acabou de pensar no seu marido agora rsrsrsrsr ).

Poderia citar mais mil lugares que causam um estress sem tamanho, mas não posso esquecer de falar da praia. Moro em uma cidade litorânea ...ah que delicia...passar o dia na praia..Oi? dia na praia? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk faz-me rir..

Menino não pode ficar o dia todo na praia. Você tem que acordar cedo, muito, muito cedo para voltar também muito, muito cedo ( atenção: isso se aplica a mães que tem um certo grau de responsabilidade e não acham certo tacar o menino debaixo do guarda sol no sol de meio dia achando que ele está protegido. Lembrando que cada um sabe de si e da criação do próprio rebento).

Mas voltando...praia? pra que praia? Você não consegue ficar sentada 5 minutos, o menino come areia o tempo todo, enfia areia no olho...ai ai..deixa isso pra lá.

Tirando tudo isso tem a pressão psicológica que a gente sofre e tem total consciência dela que é a INSUBSTITUIÇÃO. As mães são insubstituíveis. A dependência física e emocional dos filhos é algo as vezes perturbador. Você ter a certeza que ninguém irá cuidar dele como você cuida e mais, saber que ele precisa de você como não precisa de outra pessoa.

A gente acaba vivendo um período de ostracismo forçado. Dizia para uma amiga a Nat dia desses, que mulheres com filhos pequenos deveriam ficar presas em uma caverna por pelo menos uns 5 anos rsrsrsrsr

Não, não é exagero. Admiro as mulheres que conseguem ir a eventos sociais, se divertirem ,relaxarem com uma criança pequena. Não, eu não consigo. Tudo bem , meu filho tem apenas 1 ano e 2 meses, mas creio que pelo andar da carruagem isso ainda se perdura por mais um tempo.

A gente se afasta dos amigos, os amigos que nunca foram amigos de verdade também se afastam, mas eu de verdade não fico mais chateada com isso. Não sei se trocaria uma praia tranquila, um pagodinho, um barzinho, um show para estar com uma mãe com um filho que vai dar trabalho , pq tem muita saúde e disposição graças a Deus.

Dia desses conversava com minha comadre número 1 a katia que tem a Victória com 9 anos e é minha afilhada, sobre como fui uma péssima amiga no período que a Vi era pequenininha. Meu Deus como eu fui insensível, cruel e desumana. Por muitas vezes poderia te ajudado no sentido de estar com ela, passear, ajudar a cuidar nas saídas pra ela relaxar um pouco e nunca o fiz. Sabe o que ela fez quando eu pedi perdão? Ela riu! 

Porque ela sabia que eu teria que vivenciar isso um dia para entender o que ela passou, mas não como vingança, mas como entendimento mesmo. Hoje essa amiga é a que está ao meu lado nos passeios de índio, me ajudando em tudo.

A vida é assim mesmo, muitas coisas a gente só aprende quando passa por elas, e as vezes nem assim aprende. Talvez por isso nem toda mulher possa gerar um filho e ser mãe.

Deixei de ser ressentida com isso. Ser mãe foi uma escolha única e exclusiva minha. Também não sinto mais pena de mim. Sei que um dia essa fase mais difícil vai ficar mais contornável e vou voltar devagar a viver socialmente. Não tenho pressa.

Deus me deu a dadiva da maternidade tão desejada por muitas que infelizmente não o conseguem e não podem, então preciso entender de vez que existe uma troca as vezes não muito justa rsrsrsr para compensar tamanha alegria.

Sim, alegria! Porque quando eu olho o Daniel me acordando com um beijo babado na boca e em seguida uma testada, ou quando me faz carinho enquanto dou sua mamadeira para dormir, aí sim eu entendo o porque de tantas dificuldades. 



NADA, NADA, NADA,NADA ABSOLUTAMENTE NADA PAGA O QUE SINTO NESTES MOMENTOS. E não é conversa de mãe que tenta justificar o isolamento social  com o amor que recebe do filho. É verdade, você que é mãe sabe e você que um dia será também vai saber.


Um beijo a todas :)

8 comentários:

  1. muito lindoooooooooo e verdadeiro! ameiii!

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  2. E seu blog, é exatamente oq é a maternidade. agnt sofre, ri, chora, se identifica e se emociona, como sempre um texto real e que demonstra tudo oq sinto, oq me faz feliz é isso essa loucura, vida social, ah meu tenho uma vida anti social, sair com ''o menino'' me faz perceber que a palavra sossego some da vida de quem escolhe ser mãe, gosto de cervejinha, mas acho q isso tudo vai melhorando (ou não kkkk)eu li um texto que lembra isso

    "...acima de tudo, respire. Serás mãe por toda a vida. Ele será criança só uma vez..."

    Ps.: e o menino sai um principe, agnt quer fazer nossos filhos ficarem embonecados haha

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  3. Ai meu Deus, agora eu choreeei. LIIINDAAS suas palavras e diz exatamente TUDO o que eu queria dizer.

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  4. Tudo muito verdade Andreia, adorei!!

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  5. ehehehe...amei... <3 suas palavras são as minhas...

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  6. Uhuuuuuuuuuuu comentários rsrsr
    Beijo meninas

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  7. Lindooooo.... Falou e disse tudo!!!! É exatamente oq sinto.... P E R F E I T O !!!

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